Primeiro-ministro de Portugal renuncia e vai liderar governo provisório

LISBOA - O primeiro-ministro de Portugal, José Sócrates, apresentou sua renúncia nesta quarta-feira, 23, depois que seu governo de minoria não conseguiu convencer os partidos de oposição no Parlamento a aprovarem um novo plano de austeridade, o que deverá aumentar as pressões para que o país recorra a um pacote de ajuda financeira internacional. 
A crise política acontece num momento difícil para Portugal. A incerteza sobre o futuro da crise econômica deve aumentar os custos já elevados de financiamento do país antes de uma eleição, obrigando-o a aceitar a ajuda externa. O país terá de pagar 4,23 bilhões de euros (US$ 5,96 bilhões) em dívidas no próximo mês e tem apenas estimados 4 bilhões de euros em caixa nas reservas.
Sócrates disse que vai continuar como primeiro-ministro interino até que um novo governo possa ser formado. Ele afirmou que é impossível governar sem o apoio do Parlamento. "Hoje estou convencido de que o país perdeu", acrescentou.
Ele planeja viajar para Bruxelas nesta quinta-feira para se reunir com líderes da União Europeia e poderá requisitar ajuda financeira se necessário, embora seus poderes de negociação e execução de política serão extremamente limitados, disseram analistas.
O euro caiu às mínimas da sessão em relação ao dólar em Nova York, a US$ 1,4077, após o anúncio de que o Parlamento português rejeitou o plano proposto pelo governo.
Sócrates e o ministro das Finanças, Fernando Teixeira dos Santos, haviam prometido cortar o déficit do Orçamento de Portugal a 4,6% do Produto Interno Bruto (PIB) este ano, de cerca de 7% em 2010 e 9,3% em 2009. Recentemente, eles anunciaram novas medidas de austeridade que seriam destinadas a assegurar aos investidores que as metas de redução de déficit para os próximos três anos podem ser cumpridas.
A renúncia de Sócrates forçará o presidente Aníbal Cavaco Silva a consultar se os partidos políticos com representação no Parlamento querem e podem formar um novo governo. Se isto não for possível, o presidente terá de dissolver o Parlamento e convocar eleições antecipadas, que devem ser realizadas até 55 dias após a dissolução.

As informações são da Dow Jones.

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